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Qual é o problema com a política? Qual é o problema com o cidadão?
QUAL É O PRINCIPAL PROBLEMA POLÍTICO DO BRASIL? A lista de problemas enumerados em uma rápida pesquisa feita na Internet é variada: vai desde a corrupção até a atuação do congresso; entretanto, quero aqui propor uma rápida análise. Creio que o principal problema político do país não está na classe
política. E neste ponto, muitos vão imediatamente discordar, talvez até deixando de ler este texto até o final. Mas, quero propor que continuem lendo e acompanhando este raciocínio. Acredito que o principal problema político é a omissão da cidadania. Sim, o problema está no cidadão. O cidadão que protesta e, muitas vezes, nem tem clareza de seus objetivos; o mesmo cidadão que se sente indignado com os desmandos da classe política, e com razão, mas que não tem a visão do contexto do problema. A omissão a que me refiro é a ausência do exercício do poder do voto e do acompanhamento político. A tradição brasileira não é a de ter um voto consciente e não é a de acompanhar os políticos em suas ações. Prova disto é que a maioria esmagadora das pessoas nem sequer lembra em quem votou. Caso alguém se lembrar, em geral, não terá votado por um motivo político justificável. Tampouco há cobrança sobre os eleitos. Quando há algum ensaio de cobrança ou participação popular, ocorre sob a forma de protestos mal direcionados. Ou seja, a cidadania falha em seu exercício do poder, pois não tem a real dimensão das consequências do voto desorientado e da importância da política para a vida da sociedade. Sob este ponto de vista é que eu digo que existe uma omissão da cidadania. Omissão que temos que entender como coletiva, antes de tentar atribuir o erro ao "outro" ou a "alguém". Esta omissão, por sua vez, é derivada da falta de consciência política. Por isto é que é a partir deste ponto que o problema político tem que ser atacado. Os problemas de corrupção do país, administradores ruins, oportunistas, partidos irresponsáveis, que deseducam o povo, que praticam qualquer coisa pelo poder e outras mazelas da política brasileira nada mais são do que o reflexo do comportamento de nossa sociedade. Isto acontece porque nosso povo não desenvolveu maturidade política. Temos uma cultura que não cultivou a democracia e suas ferramentas; um indicativo disto é a existência de pessoas que pedem o absurdo da volta de uma ditadura, já que foi ela própria que interrompeu o processo de maturação política dos cidadãos. Este grande problema político, para ser eliminado de vez, tem que ser eliminado pela raiz, ou seja, seria eliminado pela via da educação. Mas quem não frequenta mais as escolas regulares já não tem a aportunidade de ter educação política (nem mesmo os que atualmente frequentam o ensino regular a tem). Temos então, que encontrar outra forma de abordagem do problema. Ocorre que temos duas vertentes para a educação da população: A educação escolar e a educação da sociedade, que é a educação cultural, que se dá em variadas instâncias sociais, entre elas, a Internet. Nesta vertente que se relaciona com a educação da sociedade, aí sim, cada pessoa, que seja consciente politicamente, e tenha algum preparo, pode e deve fazer a sua parte no esclarecimento coletivo; mas esta parte não deve nunca ser feira com ataques (que é característica de quem não tem consciência política), pois não é apresentando falta de educação que se educa quem quer que seja, mas com argumentos. Partidarismos também não contribuem com nada, pois incitam a disputa, que fecha os ouvidos das pessoas. Isto tem que ser feito no campo do esclarecimento apartidário, no campo do entendimento de como funciona o estado, no campo do entendimento sobre as ideologias envolvidas nas disputas políticas, no cultivo da visão histórica e da interpretação dos discursos políticos. As pessoas tem que, aos poucos, serem ensinadas a comparar e a analisar e formarem opiniões por si mesmas. Um processo certamente trabalhoso, mas que uma vez posto em prática, pode produzir ótimos frutos. O interesse maior de um trabalho apartidário seria tornar os cidadãos esclarecidos. Aí, começamos a mudar o país. Resumindo: enquanto acharmos que o problema está somente na classe política, nada vai mudar. A cidadania sempre está diante de escolhas e a que se coloca hoje é acordar para mudar o comportamento frente a política ou escolher ficar onde está, de maneira indefinida, reproduzindo disputas e fracassos, de eleição em eleição. Temos 30 anos de democracia e ainda não aprendemos a votar entendendo o peso que tem o voto. Se os partidos não se preocuparam com isto, então, que os cidadãos se preocupem, sem os partidos. As escolhas partidárias ficam para a opção individual de cada pessoa, com o conselho de que se não tem uma opção clara, aprofundada, que não vote em ninguém! Neste contexto, então, não adianta transferir as responsabilidades para somente os políticos. Claro que eles falham, mas com a nossa procuração, ou seja, como nosso voto leviano. Ghandi, o líder da independência indiana, disse uma frase interessante: "Se alguém deseja mudar o mundo, comece por mudar a si mesmo". Quer dizer que a mudança começa pelas atitudes individuais, minha, sua, dele, para então passar as atitudes coletivas. O primeiro passo é o passo do reconhecimento da necessidade de se saber mais, ou seja, o primeiro passo é o da humildade. Sempre, todos os dias, estamos aprendendo, em todos os lugares.

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